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   As nuvens noctilucentes são as mais altas nu-

vens formadas na atmosfera terrestre, a uma

altura entre 75 e 85 quilômetros. Essa região

está no limite superior da camada atmosférica

chamada mesosfera, que se inicia a 50 quilô-

metros acima da superfície e vai até os 85

quilômetros de altura.

   As nuvens nocticulentes são formadas por minúsculos cristais de gelo de cerca de 100 nm (100 bilionésimos de metro) de diâmetro. São geralmente muito tênues para serem observadas. Tornam-se brilhantes quando iluminadas pela luz do Sol que não está no céu do observador, ou seja, está abaixo do horizonte. Isso faz com que o céu fique escuro e as nuvens sejam iluminadas. Esse efeito é possível pela posição dessas nuvens, bem altas a atmosfera, o que faz com que elas possam ser atingidas pela luz do Sol que está abaixo do horizonte. É a mesma configuração geométrica que faz um satélite artificial ser visível.

   A primeira observação registrada de nuvens nocticulentes data de 1885. É possível que esse fenômeno atmosférico seja consequência da influência da industrialização da sociedade humana, ainda que não exista, de maneira nenhuma, qualquer ligação entre nuvens ncticulentes e o famigerado aquecimento global.

   As nuvem comuns se formam com vapor de água condensado em grãos de poeira na atmosfera. As nuvens nocticulentes se formam com cristais puros de gelo e também com gelo em grãos de poeira, mas não é simples esses grãos chegam tão alto a atmosfera. O mais provável é que sejam originários de asteroides e cometas que deixam essas partículas pelo caminho ao longo de sua órbita. Pode ser também poeira liberada por vulcões ou poeira vinda da superfície mesmo, que chegam tão alto através de movimentos da atmosfera. Ou, ainda mais provável, tudo isso junto.

Parece haver uma relação entre a formação de nuvens nocticulentes e o ciclo de atividade solar. Raios ultravioleta tendem a separar moléculas de água na atmosfera e, de fato, observa-se uma diminuição no brilho dessas nuvens durante os picos de atividade solar.

As primeiras observações, em 1885, aconteceram dois anos após uma violenta erupção da ilha vulcânica Krakatoa, na Indonésia. Os primeiros sinais da atividade do vulcão se iniciaram em maio de 1883 e movimentos sísmicos foram observados até fevereiro de 1884. A ilha foi destruída em 27 de agosto de 1883 com a morte de, o mínimo, 40 mil pessoas. Hoje a ilha é coberta por lava.

Apesar dessa tragédia poder estar ligada com as primeiras observações das nuvens nocticulentes, essas intrigantes figuras atmosféricas são bastante fotogênicas. As regiões mais fáceis de se observar são entre 500 e 700 ao norte ou ao sul do equador. Mas, independente de onde esteja, caso observe um pôr do Sol e apareça algo assim, não deixe de fotografar, mesmo que do seu celular.

Nuvem Noctilucente

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Cósmico

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